sexta-feira, 16 de março de 2018

AibofobiA: O terror dos palíndromos

Essa semana tivemos informalmente via Whatsapp um encontro informal da turma de Informática Industrial de 1992 da ETFOP (Escola Técnica Federal de Ouro Preto) - Hoje uma IFES (antes CEFET).

Aquilo me trouxe grandes lembranças da minha juventude. A formatura de Técnico em 1992. Eu ainda com bastante cabelo e magro. 18 anos de idade. Praticamente se virando sozinho num lugar distante de casa, etc etc...

Tempo que não volta mais.

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Fazer um segundo grau técnico num regime de quase internato foi uma das melhores coisas da minha vida. E de muitos que naquela escola viveu.

Praticamente ali tive contato com coisas sérias que realmente afetaram meu profissional e o que hoje sou.

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Nesses quase 25 anos de distância, entre aquele eu e este eu de hoje. Ficou um mistério impresso num livro de programação. Borland C, de Phillipe Kahn (fundador da Borland) cuja ficha da biblioteca deve ter o meu nome a ponto de virar quase que co-autor.

"Aibofobia, o terror dos palíndromos." - Isso estava ali, escrito nos prefácios de algum capítulo. Tive a sagacidade de entender o que são palíndromos, mas jamais compreendi aibofobia.

Levei à professora de língua portuguesa (que sabia contar de 1 a 5 em tupi). Nada... nem no dicionário etimológico da língua portuguesa. Fobia é medo... medo de algo "aibó". Que merda é essa!

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Foi num sonho, naquele dia, relembrando aqueles tempos, que ele se revelou: AIBOFOBIA. A palavra é um palíndromo!

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Anauê!

Quem leu história, sabe que na década de 30, em meio a muitos movimentos nacionalistas e ultranacionalistas, o Brasil teve sua "facção" enebriada por esse tipo de sentimento... os Integralistas.

Caiu no ostracismo, e agora é parte do passado; e para o dissabor dos professores de história é mais um ítem (quase) inútil de decoreba! Mas...

Anauê! Assim os integralistas se saudavam. Traduzindo isso do Tupi, o significado é bonito: "Você é meu irmão".

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Tupi, tupi... tupinambá... tupiniquim... muito nhenhenhém! Em dias de inclusão social, reconhecimento das minorias e outros pingos nos ii que vão se corrigindo, só lembro de ter estudado na escola aqueles "Radicais Gregos e Latinos".

Morar num país de extensão continental, cujo censo cultural fala que temos mais de 200 nativas línguas diferentes, compartilhando um ancestral comum, o Tupi-Guaraní e isso passar despercebido pelo governo e ministério da educação (ou da falta dela) é um desprezo total com as nossas raízes.

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Estive em Foz do Iguaçu. Estar naquele lugar, ver as maravilhas da região e não pisar no Paraguai, é um pecado! Digo isso porque, o Paraguai é logo ali... atravessa a ponte, anda no meio da multidão, assédio de ambulantes, preços exorbitantes num lado e quinquilharia do outro... Eia! No te custa nadie hablar un poco de portuñol com nosotros (los otros) hermanos!

Mas o que me chamou a atenção é a língua. Eles preservaram o Tupi, que hoje se chama Guaraní. Óbviamente não o mesmo tupi escutado por José de Anchieta nos idos de 1600 e guaraná de rolha. Mas é fácil de perceber a similaridade.

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Moro país onde temos Itaipu, Iguaçu, Itaiaçu, Mboimirim, Araraquara, Itaquaquecetuba, Ubatuba, ter um monte de gente que vive na pindaíba... até o nosso nhe-nhe-nhém é herdado dos ancestrais nativos ameríndios.

Tudo isso, tudo isso, essa riqueza gramatical que ainda permanece em nossa língua é desdenhado peloa conjectura atual de educação. E quando por curiosidade queremos saber a sua origem, o seu significado, alguém há de dizer: - Ah! Isso é na língua de índio...

Sinto-me um Policarpo Quaresma. Personagem que morreu lutando para que o Brasil falasse o Tupi, em vez do Português...

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O governo (Caciques de Pindorama) podia dar uma forcinha e introduzir nos estudos de lingua e códigos um capítulo junto de radicais gregos e latinos, o nosso específico para Tupi, Tupi Moderno ou o moderno Nheengatu.

Anauê!

quarta-feira, 4 de março de 2015

Vítima Fatal? O cacete!

Não há expressão pior na literatura, crônica, jargão, reportagem ou entrevista policial quando a boca do indivíduo abre e sai "Vítima Fatal"

Vítima FATAL? FATAL a vítima? Vítima Fatal é o cacete!

Como dizia um padre com sotaque pronunciado: Isso Non Ecziste!

"No bojo"

Um ministro da década de 90 gostava de usar essa expressão para dizer "no detalhe"... 

Dizer vítima fatal é uma "impropriedade vocabular". Vítima não é agente causador de nada. É um elemento da consequência de uma ação.

Diz-se fatal, o fato que gerou uma vítima morta. Isto é, um acontecimento, uma coisa que por sua ação agiu sobre outra e a matou.

Pensa bem. Se um bandido rouba-te a carteira. O bandido é o agente, logo você é a vítima de um assaltante! Viu? VÍTIMA (não do assalto, mas do assaltante!)

Se um carro sofre um acidente e o seu condutor morre. O acidente é o agente perante o fato de que o condutor foi vítima. E quem fica com a ação da morte?

FATAL, segundo o dicionário Priberam da Lingua portugesa:
fa·tal (fatalis-eadjetivo de dois gêneros
1. Que necessariamente . de acontecerque não podia deixar de acontecer. = INELUTÁVELINEVITÁVELINFALÍVEL

2. Decidido pelo destino. = FATÍDICO

3. Que causa morte. = LETALMORTALMORTÍFERO

4. Que causa danos. = CALAMITOSOFUNESTONEFASTOPREJUDICIAL

5. [Direito Improrrogávelirrevogável.

Portanto por [3], não é a vitima que causa morte... e sim o acidente.

O ACIDENTE FOI FATAL!!! O ACIDENTE FOI FATAL!!! O ACIDENTE É QUE FOI FATAL!!! 
(repita 3 vezes)

A vítima, a essa altura, já está com o corpo frio, coberto por um plastico ou recolhido pelo IML... coitado. Resignado à mera massa de carne e ossos dilacerados, a vítima recai sobre si mesmo, simplesmente vítima! Nada mais lhe resta, a não ser a saudade e seu velório...

MAS FATAL FOI O ACIDENTE! FOI O TIRO, FOI O VENENO, FOI A PANCADA, A EXPLOSÃO,  P#%&A!

Estatísticas que matam

Fiz uma pesquisa no Google, enquanto escrevia isso... pois veja:
  • Vítima Fatal: Aproximadamente 422.000 resultados (0,32 segundos) 
  • Vítima Mortal:Aproximadamente 437.000 resultados (0,33 segundos) 
  • Vítima Letal: Aproximadamente 410.000 resultados (0,42 segundos) 
  • Acidente Fatal:Aproximadamente 534.000 resultados (0,31 segundos) 
Vitima Mortal? Vitima Letal? Putz até isso existe? 

Sim, existe e confesso abestalhado que já ouvi isso em rádio (já escrevi para eles sobre isso), num jornal de grande circulação (já escrevi sobre isso para eles). E da boca do povo... isso não sai da boca do povo.

Graças ao bom senso, os acidentes continuam fatais em sua maioria... mas a tropa de vítimas que querem matar está chegando perto! Te cuida!

Zumbis - aqueles mortos vivos

Acredito que a única vítima que mata é um zumbi... é algo que morreu, mas ainda morto vai te matar... 
Mas, mesmo assim isso não existe!

Pingando os ii

Em recente pesquisa, fui atrás da expressão "pingo nos ii" ou corriqueiramente "pingos nos is"

É uma expressão que significa: "corrigir algo que está errado". Um acerto de contas.

Mas mesmo assim essa expressão foi adaptada para o português falado no Brasil.

O nome do pingo

Àquele pontinho acima da letra "i" tem um nome muito peculiar no inglês: tittle.

Isso mesmo "tittle" com dois "t", é uma contração de tiny e little (minusculo e pequeno). É um sinal diacrítico, assim como os acentos, circunflexos e tremas; é um ponto sobrescrito.

Para a língua portuguesa, o i com pingo ou sem pingo não muda nada na sua sonoridade. Sem pingo é o terror das professoras. Elas circulam o i com caneta vermelha e te tiram nota! Para outras línguas as coisas podem ficar quentes.

Outros nomes é pinta ou ponto

"O i perde o pingo quando cresce..."

Nos ii?

Sim! nos "ii".

Lendo o "Dicionário de Questões Vernáculas" (Livraria Ciência e Tecnologia Editora) descobri que quando quisermos declarar que numa palavra existe letra dobrada, escrevemos dois aa, dois ee, dois ii (e não "dois ás", "dois és", "dois is"). 

Portanto "pingo nos ii" (e não "pingo nos is"). 

A pseudo-ciência por trás do "i"

Eu tenho uma caligrafia horrível. E depois que aprendi a dominar as teclas e os dispositivos de reconhecimento de escrita, a minha letra só piorou...

Eu considero a grafologia uma pseudo-ciência. mas já que você, leitor está aqui, a letra "i" da forma que é escrita pode denunciar seu comportamento numa entrevista de emprego, num termo de contrato ou em qualquer situação onde alguém vai virar para ti e dizer: "poderia escrever uma redação de livre punho com no máximo 20 linhas?"

Quando alguém "nada vê" (ou melhor "nada a ver") te pede isso, tenha certeza: exame grafológico. Pois eis...
  • Quanto mais perto das letras estiverem os pingos, mais detalhista é a pessoa, indica também boa memória
  • Pingo à esquerda da letra pode indicar hesitação, indecisão... aqueles adjetivos relacionado à morosidade ou medo. Introversão!
  • Pingo fraco (ou sem pingo): negligência a detalhes, obrigações etc. Timidez? 
  • Nada de pingo, é um círculo: excentricidade, vaidade.
  • Pingo à direita: iniciativa, decisão. É um pingo bom.
  • Nade de pingo, é um risquinho. É coisa de gente rapidinha. Imaginação.

Bem vindo!

Obrigado por visitar-me. Não vou fazer rodeios nem ficar escrevendo memorandos enormes sobre meu propósito e o propósito deste blog. Simplesmente curtam ou odeiem.

Para a "patrulha do pensamento", fique certo de que o que eu publicar aqui, não terá nomes de partes citados, e gozarei de liberdade poética e me ampararei piamente no artigo 5º, inc IV,V e IX da Constituição Federal onde lê-se:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
...
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
...
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;




Ainda assim, para aqueles fatos corriqueiros que eu achar relevantes e assim decidir publicar nesse blog,  sempre considerem aquela frasezinha que corre no final de cada novela como verdade:
Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência